A defesa de Bruno Henrique pediu a anulação da fiança de R$ 2 milhões, solicitada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Na última quarta-feira, o atacante do Flamengo e o irmão dele, Wander Nunes Pinto Júnior, e outras sete pessoas foram denunciados formalmente por fraude esportiva e estelionato.
Na denúncia, além de pedir fiança de R$ 2 milhões para garantir que Bruno Henrique cumpra os ritos de um eventual processo judicial, o o MPDFT exigiu mais R$ 2 milhões como indenização coletiva, por entender que a suposta manipulação afrontou a ética esportiva, os direitos do consumidor e o patrimônio cultural do futebol.
O atacante é indiciado por forçar um cartão amarelo em um jogo no Brasileirão de 2023 contra o Santos. De acordo com as investigações, Wander, o irmão do atleta teria sido avisado. Assim, Wander fez diversas apostas. Além disso, nas investigações, identificou conversas entre Bruno Henrique e seu irmão em que eles mencionam “negócios de cavalo”. Em uma dessas mensagens, o jogador do Flamengo solicita que o irmão realize uma transferência bancária de R$ 10 mil para outra pessoa, explicando claramente o motivo do envio. Os advogados do atacante afirmam que o trabalho regular com o Flamengo garante que ele cumpra os procedimentos exigidos em um possível processo judicial.
“O calendário de partidas nacionais e internacionais é divulgado com antecedência, sendo fácil, inclusive, o acompanhamento online e em tempo real do local em que o clube e, por conseguinte, o Requerido estarão, fator que potencializa a vigilância sobre a sua pessoa”, declarou a defesa de Bruno Henrique.
Entenda o caso
Bruno Henrique e outras pessoas foram indiciadas em abril por supostamente apostarem em um cartão amarelo para o atacante do Flamengo. No caso, teriam o conhecimento de que forçaria a advertência contra o Santos. Além do atacante, Wander Nunes Pinto Júnior (irmão), Ludymilla Araújo Lima (esposa do irmão) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) fizeram apostas.
Há também um segundo núcleo de apostadores formado por amigos de Wander, de acordo com as investigações da PF. Inclusive, nos celulares apreendidos na operação, foram encontradas mensagens do camisa 27 com alguns dos alvos. Em uma delas, seu irmão perguntou quando ele levaria o amarelo, e o ídolo rubro-negro respondeu: “Contra o Santos”.
Na partida, o centroavante foi punido nos acréscimos do segundo tempo após fazer uma falta em Soteldo quando o Fla já perdia por 2 a 1. Depois, reclamou e foi expulso pelo árbitro Rafael Klein.