Lívia da Silva Moura, acusada de participar de um esquema de venda de ingressos falsos para o Rock in Rio 2022, começou a ser julgada nesta terça-feira (10). A audiência de instrução e julgamento da irmã do ex-jogador Léo Moura – presa , teve cinco testemunhas ouvidas no Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos. Ela está presa preventivamente por estelionato desde fevereiro passado no Instituto Penal Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), foram ouvidos o policial civil Douglas Dias, encarregado pelas investigações; a vítima Maria Valéria Evangelista Dantas; e as testemunhas Gabriel Fraga Pequeno, Rodrigo Gonçalves da Silva e Celso Barbosa Júnior.
Três testemunhas requeridas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) não tiveram os endereços localizados. Elas foram identificadas como Andreia Maria Marques Nobrega, Marcia de Souza Vital da Silva e Luiz Gustavo Mostof Pereira de Moura.
Ao final do encontro, o juiz Thales Nogueira Braga determinou que o processo fosse encaminhado ao MPRJ para que o órgão decida se ainda deseja ouvir as testemunhas ausentes. Após essa manifestação, uma nova audiência com as demais testemunhas será marcada. O interrogatório de Lívia é a etapa final.
Além do esquema fraudulento envolvendo ingressos do RiR, Lívia Moura também é ré por vender entradas falsas para camarotes da Sapucaí. Na ocasião, 17 denúncias na delegacia foram registradas contra a empresária. Ela chegou a ter a prisão domiciliar decretada em dezembro de 2022, mas teve o direito retirado por desobedecer determinação judicial para uso de tornozeleira eletrônica.
O esquema da venda de ingressos para Rock in Rio consistia na criação de um site falso que imitava a página oficial do evento. O caso teria resultado em prejuízo de R$ 450 mil para o festival. Somente uma das vítimas teria pagado mais de R$ 20 mil em entradas. Na ocasião, Lívia chegou a ser considerada foragida.
A ré também foi alvo de mandados de busca e apreensão. Na casa dela, os policiais encontraram ingressos verdadeiros e falsos para o evento. As investigações tiveram início depois que pelo menos 19 pessoas tentaram acessar a Cidade do Rock com os bilhetes que compraram no site falso.
Sapucaí
De acordo com a Polícia Civil, denúncias de vítimas do esquema de ingressos da Sapucaí evidenciaram que Lívia cobrava R$ 5 mil no par de ingressos. Os compradores eram informados pela acusada de que seus nomes seriam colocados em uma lista mas, ao chegar no local, as vítimas descobriam se tratar de um golpe.